domingo, 27 de setembro de 2009

A ROTA DOS ESCRAVOS

Durante três séculos, de 3 milhões a 5 milhões de africanos chegaram ao Brasil. Saiba de quais países vieram




Vermelho: Século 16 - Saíam de Serra Leoa, Senegal, Guiné, Guiné-Bissau e Gâmbia e chegavam a Pará, Maranhão e Bahia.

Azul: Século 17 - Saíam de Congo, Gabão, Angola, Gana, Guiné Equatorial e Camarões e chegavam a Bahia, Pernambuco e Alagoas (por 300 anos foi a principal rota).

Verde: Fim do século 17 e século 18 - Saíam de Congo e Angola e chegavam a Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo.

Escravidão no Brasil

No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. O transporte era feito da África para o Brasil nos porões dos navios negreiros. Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados ao mar. Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos de roupa e uma alimentação de péssima qualidade. Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene), acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia. Eram proibidos de praticar sua religião de origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação. Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar. Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira. As mulheres negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras, arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia. No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam tornarem-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito das sociedades acabavam fechando as portas para estas pessoas. O negro também reagiu à escravidão, buscando uma vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam, formando nas florestas os famosos quilombos. Estes eram comunidades bem organizadas, onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por Zumbi.

Locais de origem dos escravos


Os escravos vinham de vários lugares da África: desde Cabo Verde percorrendo a costa africana até ao Reino do Congo, Quíloa e o Reino grande Zimbabwe.
Uma parte desses escravos eram prisioneiros de guerra que os negros trocavam com os portugueses.



A forma como os escravos eram traficados

O tráfico de escravos foi um dos piores acontecimentos da história da Humanidade. Homens, mulheres e crianças eram embarcados em navios negreiros (nas costas de África ) e eram transportados nas piores condições possíveis. Metiam-nos nos porões dos navios, todos uns em cima dos outros (quantos mais melhor) numa zona quase toda fechada e onde o ar não se renovava. A transpiração aumentava com o calor da zona por onde navegam, tornando o ar infestado sendo por isso muito prejudicial à saúde. Eram mal alimentados, tinham direito a muito pouca água, e esta estava quente devido ao calor e muitas vezes iam acorrentados. Desta forma, muitos deles morriam durante e viagem. Quando chegavam ao destino, eram vendidos nos mercados de escravos e tratados como se fossem animais, sendo separados os casais e filhos e vendidos à parte.


Os escravos que davam mais lucros eram os jovens e saudáveis, já que eram capazes de aguentar o trabalho. Esta situação (o tráfico negreiro) durou mais de três séculos e provocou uma grande catástrofe demográfica na população africana.

2 comentários:

  1. Bom até bom essse site mas este é melhor http://www.sohistoria.com.br/ef2/culturaafro/p5.php

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  2. CAMINHO VELHO DO OURO, CONGADO, JONGO, PATRIMÔNIO DA MEMÓRIA DA DIÁSPORA AFRICANA EM PIQUETE-SP:
    Resistência, Herança e Liberdade”. Reúne 100 Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e da História dos Africanos Escravizados no Brasil. Entre os inúmeros lugares Piquete-SP passa a estar contido em um itinerário de relevância Histórica, reconhecido pela comunidade internacional. Uma vez que o Núcleo Embrião de Itajubá (Arraial de Nossa Senhora da Soledade de Itajubá), localizava-se no território abrangido hoje pela cidade Marmelópolis-MG e Delfim Moreira-MG. Neste caso a entrada original a partir de Minas em direção a Paraty é pelo Alto da Serra, Garganta do Sapucaí, Desfiladeiro de Itajubá, Meia-Lua, Boa Vista: Lugares de Memória no Contexto: 1)Trabalho e Cotidiano 1.1 - Caminho do Ouro - 1.2 Estrada Real (Paraty –RJ) 2) Patrimônio imaterial - 2.2 Congado (MG, RJ, SP)- 2.3 Jongo (RJ, SP, MG, ES)(grifos meus)
    Sérgio dos Santos
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